Gigantesco defensor da República e ferrenho
abolicionista ficou conhecido com o apelido, sem dúvida merecido, de "poeta dos
escravos". Um dos seus poemas mais famosos, "Navio Negreiro" foi decisivo na
tomada de consciência da barbárie e crueldade desta prática inumana.
Lamentavelmente no século XXI, continuam a existir estes navios tenebrosos, como
o que naufragou em Lampedusa, ou outros que carregam nos seus porões vitimas do
tráfico humano.
Ainda há navios de grande porte que funcionam
como montadoras em alto mar com trabalhadores semiescravos que ficam separados
da terra e de suas famílias. Precisamos de poetas e profetas que denunciem este
negócio rentável que já ocupa em lucratividade o terceiro lugar da economia. Não
podemos sucumbir diante da globalização da indiferença, que trafica com a mão de
obra, que nos rouba jovens e crianças para serem colocados no mercado da
prostituição e da pornografia.
Muito embora estes crimes sejam feitos de forma
oculta e clandestina não podemos deixar de nos empenhar na formação de uma rede
de informação e proteção em prol destas vítimas. Todos juntos: poder público,
sociedade civil e Igrejas, aliadas num mutirão e força tarefa, vamos nos unir
para impedir e desmontar a nova escravidão e aviltamento de pessoas, temos que
dar um basta e fazer desaparecer todos os navios negreiros e traficantes da
cultura de morte.
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